Após zerar a fila de radioterapia, o diretor da Fundação, Gerson Mourão, quer trabalhar quatro eixos para controlar os casos de câncer no Amazonas.
Para otimizar a assistência, a unidade tem apostado na capacitação periódica de sua equipe (Foto: Divulgação)
Num ano atípico, com muitas dificuldades, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazona (FCecon) conseguiu feitos que, segundo o diretor-presidente da unidade, Gerson Mourão, irão trazer mais benefícios para 2021.
Um destes feitos foi a inauguração de um novo acelerador linear. A chegada do equipamento resultou no término da fila entre os pacientes para marcação e início das sessões.
Mourão destacou que as conquistas em 2020 foram possíveis porque a Fundação conseguiu levar para dentro da sede alguns políticos que se sensibilizaram com a situação do local.
“O hospital foi inaugurado em 2015 e só agora conseguimos iniciar uma melhor estruturação. Modernizamos o centro cirúrgico, inauguramos o centro cirúrgico ambulatorial, reformamos alguns laboratórios e ainda conseguimos trazer novos profissionais”, elencou o diretor-presidente.
Só nos meses de abril e maio de 2020, por exemplo, a FCecon recebeu quase R$ 3,3 milhões em emendas parlamentares para compra de medicamentos, equipamentos para estruturação da unidade e aquisição de materiais para o combate à Covid-19. Além do montante, a unidade hospitalar também recebeu investimentos do Governo do Estado.
Mourão também lembrou da questão indígena, ressaltando que, a partir desta gestão, os índios aldeados têm um dos direitos garantidos na FCecon: a prioridade no atendimento. Outro ponto mencionado pelo diretor da unidade foi a expansão do atendimento aos pacientes vindos do interior na Policlínica Gilberto Mestrinho, o que também desafoga o número de consultas na Fundação.
Gerson Mourão elencou quatro eixos para serem fortalecidos no próximo ano. Segundo ele, caso as metas sejam alcançadas, o câncer será controlado no Amazonas. O primeiro ponto é combater o câncer do colo do útero.
“A soma do câncer de mama e de próstata é igual ao número de casos de câncer do colo do útero. A cada dois dias, morre uma mulher em Manaus em decorrência desta doença. É um absurdo”, alertou o diretor da FCecon, revelando que reforçará ao novo prefeito de Manaus que as vacinas contra o HPV sejam dadas nas escolas e que haja a oferta da conização, um espécie de cirurgia preventiva.
Em média, em todo o Estado, a FCecon atende, por ano, 840 casos de câncer de colo de útero.
Entre as outras metas, estão o investimento na urologia, com campanhas que alertem para a importância na realização de biópsia previamente, e na aquisição de mamógrafos de última geração, onde os pacientes já saiam com o laudo no mesmo dia em que realizarem os exames.
A última meta refere-se ao investimento no Parque de Endoscopia da FCecon. Mourão revelou que, além do reforço que receberam no mês de novembro, há para o próximo ano R$ 2 milhões de emendas para que haja reforço das ações no local.
“Se conseguirmos tudo isso, posso deixar meu trabalho com o sentimento de dever cumprido. Primeiro que estaremos salvando vidas e, segundo, gerando economia para o estado”, frisou Mourão.
Segundo o diretor, a FCecon gasta, em média R$ 12 milhões por mês e quase 50% deste valor está relacionado às ações de quimioterapia realizada no local.
Reportagem: Rosianne Couto
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