Os 24 parlamentares tiveram um minuto para votar o impedimento do governador. A votação contou com 12 votos contrários, 6 favoráveis, 5 abstenções e 1 ausência.
Governador e vice foram mantidos nos cargos (Foto: Divulgação)
O processo de impeachment do governador Wilson Lima (PSC) e do vice-governador Carlos Almeida (PTB) foi arquivado com 12 votos contra e 6 a favor, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira (6).
A sessão plenária que deliberou o processo de impedimento do Governo Wilson Lima, iniciou por volta das 13h30. Na ocasião, os representantes dos blocos que integraram a Comissão Especial de Impeachment, presidida pela deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB), tiveram 20 minutos para se pronunciar e declarar o voto.
Além disso, os 24 parlamentares tiveram um minuto para votar. A votação contou com 12 votos contrários, 6 votos favoráveis, 5 abstenções e 1 ausência.
A decisão do deputado estadual Fausto Júnior (PRTB), de se abster de votar, causou surpresa, tendo em vista que o parlamentar é do mesmo partido que o deputado estadual Josué Neto, que votou favorável. Além disso, Fausto Júnior integra a CPI da Saúde que concentra as investigações nos gastos da Saúde do atual do governo.
Outra surpresa foi o voto de Álvaro Campêlo (PP), que votou pelo impedimento do governador e do vice, tendo em vista que deixou a vice-liderança do governo na Aleam há menos de um mês.
O deputado estadual Delegado Péricles (PL) utilizou o tempo para explicar o motivo de não ter votado o relatório feito pelo deputado estadual Doutor Gomes (PSC), que solicitava o arquivamento do processo.
O parlamentar disse que não houve tempo para analisar as páginas das defesas e do relatório, porém, adiantou o voto, sendo favorável ao impeachment do governador e do vice.
“Semana passada eu não votei por não concordar a forma em que se teve o processo para a votação. Deveríamos ter diligências para o convencimento dos colegas da Comissão. No mínimo deveríamos ter ouvido os denunciantes”, ressaltou o parlamentar.
Em seguida, o deputado estadual Belarmino Lins (PP) votou contrário ao processo de impeachment. Representando o bloco do partido Progressistas, elogiou os trabalhados da presidência e relatoria da Comissão.
Além disso, o deputado disse que devolve ao povo e à justiça o poder de afastar os chefes do executivo. “Reafirmo na tribuna popular amazonense, a minha convicção de que não ocorrera de forma sustentável e plausível condenação que possa ensejar na cassação do governador Wilson Lima e do vice-governador Carlos Almeida”, disse.
Segundo o relator da Comissão, deputado estadual Doutor Gomes (PSC) a médica Patricia Sicchar, secretária do Sindicato dos Médicos (Simeam), não tem propriedade para pedir o afastamento do governador e do vice porque ela não tem nacionalidade brasileira.
A médica elaborou as denúncias de crime de responsabilidade contra o governador e o vice junto ao presidente do Simeam, doutor Mário Vianna. De forma veemente, o Doutor Gomes, defendeu o Governo do Estado, conforme o parecer no relatório.
“”Por isso que tinha uma senhora de nacionalidade estrangeira querendo interferir nos destinos do povo do Amazonas. Desrespeitando a lei do país”, disse.
O deputado estadual Wilker Barreto (Pode) pediu respeito ao Doutor Gomes, com relação às falas direcionadas à médica Patrícia Sicchar. Ele disse que a médica é naturalizada no Brasil e que o deputado Doutor Gomes não teve respeito pelo povo ao pedir pelo arquivamento do processo no relatório.
O parlamentar votou contra o relatório de Gomes e a favor do impeachment. “A doutora Patrícia fez mais pelo Amazonas, até hoje, do que vossa excelência, nas UBS’s e nos Hospitais”, disparou.
Antes de iniciar a votação, a deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB) questionou o deputado estadual Josué Neto (PRTB) sobre o comando da votação do impeachment.
A parlamentar argumentou, afirmando que antes da formação da Comissão Especial, Josué Neto havia dito que iria se distanciar do processo para “não contaminar” os trabalhos.
O deputado Josué Neto (PRTB), porém, não respondeu ao questionamento e deu prosseguimento ao processo.
Texto: Izaías Godinho
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