Diferente de 2018, quando houve candidaturas com peso maior da ideologia, as alianças no Amazonas são marcadas pela praticidade e divergem em alguns casos das federações.
Conversas entre candidatos continuam até a conclusão das convenções, em 5 de agosto (Foto: João Onety/RealTime1)
Se as eleições de 2018 foram marcadas pelo bolsonarismo x petismo, conservadorismo x progressistas e nova x velha política, o mesmo não pode ser dito das últimas eleições. Assim como em 2020, nos pleitos para prefeituras, as alianças no Amazonas para os apoios ao Governo, Câmara Federal, Senado e Presidência da República estão marcadas mais pelo pragmatismo que por suas ideologias.
“Nas eleições de 2018, a marca de ser um político ‘bolsonarista’ ou da ‘nova política’ foi muito usada durante a campanha, algo que não se repetiu em 2020 e não deve acontecer em 2022”, diz o cientista político Breno Rodrigues de Messias Leite.
Ele avalia, por exemplo, o peso da corrida presidencial entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Os políticos estão sendo mais pragmáticos em manifestar apoio aos presidenciáveis do que por ideologia”, afirma Breno Messias.
Apesar das federações serem uma forma de tentar dar um alinhamento de valores nas candidaturas, as alianças regionais estão tendo mais liberdade para compor as chapas.
O União Brasil por exemplo, tem como nome para o Planalto Luiz Bivar, mas no Amazonas, Wilson Lima, filiado na mesma sigla, parece que vai caminhar ao lado de Jair Bolsonaro (PL).
Com apoio, em nível nacional, do Solidariedade, partido do deputado estadual Ricardo Nicolau pré-candidato ao governo, o PT e a campanha de Lula acenam para a pré-candidatura de Eduardo Braga (MDB).
No Amazonas, o PT também apoia a reeleição do senador Omar Aziz (PSD), mas a ala mais ideológica do partido, encabeçada pelo deputado federal Zé Ricardo sonha com uma candidatura puramente petista tanto para o Senado quanto para o Governo.
Outros protagonistas de rivalidade histórica, o ex-prefeito Arthur Neto (do PSDB, legenda mais liberal) e o ex-governador Amazonino Mendes (mais populista e agora no Cidadania), firmaram aliança em 2022 para a candidatura de Amazonino ao Governo e a de Arthur ao Senado.
Pelas movimentações no Amazonas, até 5 de agosto, prazo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a oficialização das chapas, as ideologias ficam de escanteio, enquanto o pragmatismo e o imponderável caminham de mãos dadas.
Texto: Emerson Medina
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