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Sinal dos tempos digitais: o hábito de postar tudo em redes sociais acabou servindo como autodenúncia para as médicas Isabelle Kirk Maddy Lins e Gabrielle Kirk Maddy Lins por terem supostamente furado a fila das prioridades na aplicação da CoronaVac em Manaus. O escândalo, que rapidamente ganhou as redes sociais, chegando a repercutir nacionalmente, serviu de alerta para que haja mais transparência e probidade na aplicação da vacina na capital. Não houvesse ocorrido no primeiro dia de vacinação, as atenções da sociedade não teriam se voltado para a necessidade de fiscalização permanente do processo. Há males que vêm para o bem.
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Com o episódio se tornando um dos principais temas das redes sociais, o prefeito David Almeida (Avante) resolveu realizar uma live explicando a situação: as duas médicas estavam de plantão em UBSs e foram vacinadas junto com seus colegas de trabalho. Sobre o fato das duas médicas, que são filhas do empresário Nilton Lins Júnior, terem sido contratadas às vésperas da imunização, David afirmou que há centenas de médicos licenciados e está muito difícil contratar novos médicos. Disse ainda que as duas estão contratadas como cargo comissionado da prefeitura, em outras funções, da prefeitura também pela necessidade crescente de médicos e urgência para contratá-los.
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A verdade é que a denunciada suposta furada de fila pegou mal, colocou em xeque o processo de vacinação e trouxe questionamentos, ao voltar a atenção da população para o tema. Um deles lembra a prefeitura que os profissionais de hospitais lotados de pacientes com Covid-19 devem ter prioridade na vacinação. O fato de que as duas médicas são de uma conhecida família da elite manauara também suscitou questionamentos.
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Os órgãos de controle também entraram em cena. O Ministério Público do Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado (DPE), Ministério Público do Estado (MPE) e Ministério Público de Contas expediram recomendação conjunta sobre o critério de vacinação. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) exigiu que Governo e Prefeitura de Manaus apresentem lista nominal de vacinação em 24 horas.
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Tão logo a polêmica ganhou as redes sociais, o Governo do Amazonas emitiu nota se isentando de qualquer participação no processo de aplicação das vacinas. A nota explica que o Governo do Estado é responsável por receber as vacinas do Governo Federal e entrega-las à prefeitura de cada município. “A aplicação das vacinas é de responsabilidade das prefeituras municipais”, diz a nota.
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Como também é de praxe na era digital, o fato vem acompanhado de mentiras. O Governo do Estado teve de desmentir que contratou a empresa de propriedade das duas médicas para fornecer queijo para a administração estadual. A notícia fake acompanhava um documento com supostos valores pagos à empresa. O governo esclareceu que o documento é de 2017 e trata-se de proposição de acesso a incentivo fiscal. Os valores destacados no documento são de participação societária, e não de valores pagos pelo governo.
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Ainda sobre as vacinas no Amazonas, a deputada federal Joice Hasselman (PSL) postou nas redes sociais que Manaus recebeu apenas 40 mil doses das 256 mil enviadas pelo Governo Federal e que a divisão teria sido feita pelo governador Wilson Lima (PSC) “de olho em votos”. O governo esclareceu que a divisão foi realizada conforme critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
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A jornalista Míriam Leitão também postou, nas redes sociais e em seu blog, informação não fundamentada sobre o Governo do Amazonas. A jornalista afirmou que uma empresa queria doar usina de oxigênio para o Amazonas, mas não obteve resposta do Governo do Estado. A verdade é que a empresa de Pernambuco quer vender cinco usinas ao Estado.