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Quem acompanhou a verdadeira sabatina a que foi submetido o ministro da Saúde na tarde desta quinta-feira (11) viu um Eduardo Pazuello paciente, educado e, por vezes, acuado, diante de verdadeiros ataques por parte dos senadores. A postura do ministro contrastou com a que ele demonstrou em entrevista coletiva no dia 18 de janeiro, em Brasília, com a presença do governador Wilson Lima (PSC). Com os jornalistas, Pazuello foi muito mais reativo, grosseiro e irritadiço. Lembra o episódio em que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é tigrão com os aposentados e tchutchuca com os banqueiros.
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Os senadores queriam saber do ministro o mesmo que os jornalistas na coletiva. Os questionamentos foram praticamente os mesmos. Por que o ministério não agiu a tempo de evitar o colapso do oxigênio em Manaus? O ministério orienta que sejam ministradas em tratamento precoce drogas como cloroquina e ivermectina? Quanto o ministério gastou para produzir e armazenar milhões de doses de cloroquina?
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A diferença é que os senadores não fizeram seus questionamentos de forma polida e tranquila. Muitos se exaltaram e interpelaram o ministro como quem faz uma acusação. Afinal, têm essa prerrogativa do cargo. As respostas do ministro vieram de maneira inversamente proporcional. Aos questionamentos de jornalistas, respostas irritadas e subindo o tom de voz; às acusações dos senadores, respostas mais tranquilas.
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Após o ministro dizer que a situação em Manaus está sob controle e que não foi alertado previamente sobre a falta de oxigênio, o senador Eduardo Braga (MDB) reagiu, afirmando que não está tudo bem e que ele teria avisado ao ministro no início de dezembro que o Amazonas iria enfrentar uma grave crise. O senador afirmou ainda que aconselhou o ministro a assumir a gestão de uma unidade hospitalar no Amazonas.
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O senador Eduardo Braga cobrou ainda do ministro da Saúde a constituição de uma força-tarefa para que seja realizada vacinação em massa da população amazonense contra a Covid-19. “É preciso fazer mais, de forma objetiva e prática. A única resposta que temos, ministro, é se Vossa Excelência, as Forças Armadas, o Estado e o município se mobilizarem para essa vacinação”, disse o senador.
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O mesmo apelo para que sejam vacinados 70% dos cidadãos amazonenses foi feito pelo senador Omar Aziz (PSD). A solicitação da criação de clínicas de reabilitação para pessoas que enfrentaram a Covid também foi reivindicada pelo senador, que também pediu que os militares e da aeronáutica recebem pacientes de Covid-19 para diminuir a fila de espera por leitos.
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O senador Plínio Valério (PSDB), estranhamente, não se pronunciou na audiência com o ministro da Saúde. Depois de ter comemorado efusivamente a aprovação do projeto de sua autoria que concedeu autonomia ao Banco Central, o senador preferiu se calar na sessão de questionamentos a Eduardo Pazuello convocada pelo Senado Federal.
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Em uma polêmica nota de esclarecimento divulgada nesta quinta-feira (11), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) desautorizou o biólogo Lucas Ferrante a falar em nome da instituição. A nota informa que Lucas Ferrante possui vínculo institucional com o Inpa como aluno de pós-graduação, mas que não pertence ao quadro de servidores da instituição. E que, portanto, suas declarações não expressam o posicionamento do Inpa.
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Nas redes sociais, houve uma reação não muito positiva à nota de esclarecimento do Inpa. Muitos consideraram desnecessária e prestaram solidariedade ao doutorando, que vem alertando sobre a possibilidade de uma possível terceira onda de Covid-19 no Amazonas. Lucas Ferrante, aliás, é alvo de manifestações que, por um lado, consideram importante seu alerta e, por outro o acusam de alarmista e “arauto do apocalipse”.
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As Comissões de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (CDC-Aleam) e da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB-AM) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) solicitam o pagamento de R$ 5 milhões da Amazonas Energia a título de danos morais por conta dos cortes de energia elétrica indevidos em Manaus e no interior do Estado.
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A solicitação de indenização foi realizada por meio de Ação Civil Pública (ACP) com pedido de tutela de urgência protocolizada no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM). Na ação, os órgãos de defesa do consumidor pedem, ainda, que a Amazonas Energia seja obrigada a emitir nota pública de retratação, no prazo de 24 horas a partir da intimação, nos mesmos moldes da ofensa praticada contra os consumidores, com a ampla divulgação em meios de comunicação do Estado.