Presidente da CPI, o senador Omar Aziz resistiu a convocar Queiroga pela terceira vez, mas situação ficou insustentável após manobra realizada pelo ministro na Conitec.
Omar Aziz não queria o retorno de Queiroga à CPI, mas manobra dele na Conitec tornou a decisão indispensável (Foto: Reprodução)
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD), atualizou, na tarde desta quinta-feira (7), a agenda do colegiado marcando para a segunda-feira (18) o terceiro depoimento do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, aprovada na sessão de hoje (7).
A terceira convocação do ministro se deu após a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) retirar, por interferência dele, a votação do parecer que define como ineficaz o tratamento precoce com os medicamentos cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.
Além de marcar este último depoimento, Omar Aziz marcou, para o dia seguinte ao do depoimento do ministro, a leitura do relatório final apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB/AL). Por fim, na quarta-feira (20), a CPI votará o documento.
A retirada de pauta do parecer na sessão da Conitec desta quinta-feira, na avaliação dos senadores, foi definida no Palácio do Planalto em uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os generais Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, e o assessor de Assuntos Estratégicos e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
“Eles se reuniram ontem e determinaram ao ministro Queiroga que retirasse esse parecer que definiria um protocolo com base na ciência e não no negacionismo do presidente”, afirmou o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB/AL).
A tendência era de não convocação, com Omar Aziz chegando a dizer que a volta de Queiroga a CPI só atenderia ao interesse negacionista do ministro, mas o caso na Conitec foi determinante para a mudança de planos da comissão.
Texto: Gerson Severo Dantas
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