Metade (55%) dos brasileiros ouvidos pelo DataSenado e pela UNB se manifestaram como neutros em alinhamento político e não se considera nem esquerda, nem direita e nem centro
Para 67% dos brasileiros, segundo pesquisa nacional, a democracia é o melhor sistema de governo (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Em um cenário onde a polarização vem marcando a política, mais da metade dos eleitores brasileiros não se reconhece nem como esquerda, nem como direita e nem no centro. É o que revela a pesquisa DataSenado, em parceria com a Universidade de Brasília (UNB) divulgada nesta sexta-feira (11).
A pesquisa revela uma rejeição do brasileiro à essa polarização, cujo debate, pode em muitas ocasiões, assumir um teor tóxico, de acordo com a professora do Instituto de Ciências Políticas da UNB, Marisa Von Bülow, em live de lançamento da pesquisa no portal do Senado. Para a professora a polarização ganhou visibilidade desde a última eleição e foi impactada com a presença dos militares na política e no governo, al´rm pandemia, com a divulgação de notícias falsas sobre tudo relacionado à Covid-19.
Por outro lado, Marisa Von Bülow, reconhece que esse espectro que não se identifica com nenhuma vertente política costuma ser ignorado. “Os polos mais radicalizados são os mais visíveis. A maior parte da população não está nesses polos, nem se vê nessa polarização”, diz.
O fato de não se definirem em nenhuma identidade política também pode ser sinal de um desecanto com os rumos políticos do País. A pesquisa do Senado considera que 87% estão pouco ou nada satisfeitos com a democracia.
“Esse desencanto é um resultado péssimo e um desafio para os candidatos”, assinala a professora da UNB. Ela destaca que a pesquisa revela que 32% desconfiam do resultado das urnas eletrônicas, contra 66%. “É uma porcentagem alta, ainda que de uma minoria, mas que pode questionar o resultado das urnas. Um sinal de alerta para as autoridades”, destaca Von Bülow.
Por outro lado, a professora ressalta que a maioria dos brasileiros (67%) concorda que a democracia é a melhor forma de governo. Conforme Marisa, o resultado comprova que o discurso autoritário, saudosista, apesar do desapontamento dos entrevistado, “não cativou a maioria da população”.
Texto: Emerson Medina
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