Em ao menos dois casos, Pedro Benedito Batista Júnior negou que dados usados pelo Ministério da Saúde tenham sido autorizados pela empresa Prevent Senior.
Mayra Pinheiro, a Capitã Cloroquina, incluiu em documento oficial do ministério dados inconclusivos retirados da Prevent Senior. (Foto: Reprodução)
O Ministério da Saúde utilizou sem autorização um documento interno da Prevent Senior para justificar a prescrição de cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19. A revelação foi feita durante o depoimento do diretor-executivo da empresa, Pedro Benedito Batista Júnior, nesta quarta-feira (22), durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 do Senado Federal.
Questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), Pedro Batista disse que secretária de Gestão do Trabalho do ministério, Mayra Pinheiro, a “Capitã Cloroquina”, nunca recebeu “anuência” da empresa para incluir o documento na nota técnica emitida no ano passado.
“Não houve qualquer tipo de acordo. Eles simplesmente utilizaram um documento interno da Prevent, um documento utilizado para orientação médica, e incorporaram à normativa do Ministério da Saúde sem nenhuma anuência ou participação nossa”, disse Batista Jr.
Em outro momento, respondendo ao vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Pedro Batista afirmou que o ministério usou indevidamente dados e documentos da Prevent Senior para recomendar o uso de cloroquina em crianças e adolescentes. O médico, inclusive, disse que não recomenda o uso deste medicamento para crianças, lembrando que a Prevent Senior é especializada em pacientes da terceira idade.
Texto: Gerson Severo Dantas
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