Os senadores apresentaram provas, encaminhadas à comissão com denúncias de médicos e pacientes, comprovando a prescrição do chamado tratamento precoce na Prevent.
Senadores consideraram que Pedro Benedito mentiu ao negar que tenha orientado seus médicos para adoção do tratamento precoce. (Foto: Reprodução)
O diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, passou da condição de testemunha para a de investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. Tendo jurado dizer a verdade, Batista Júnior foi acusado por senadores, nesta quarta-feira (22), de mentir e ter trabalhado em conjunto com o chamado gabinete paralelo, que atuaria no Ministério da Saúde.
O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), mostrou vídeos em que Batista Junior tratava de protocolos de combate à covid-19 com integrantes do grupo que atuava junto ao governo Bolsonaro.
Os senadores também apresentaram vídeos, áudios e documentos encaminhados à comissão com denúncias de médicos e pacientes que comprovariam a orientação da Prevent Senior para distribuição da medicação de forma indiscriminada, além da pressão para que os profissionais conveniados prescrevessem o kit do “tratamento precoce”.
“Na reportagem [da Rádio Bandeirantes], é possível ouvir um áudio de familiares de pacientes e corretores de plano de saúde mostrando que, para novos clientes da Prevent, o ‘kit-covid’ era enviado diretamente para a casa dos pacientes. Como eu disse, nós temos um elenco de provas e, a cada dia, chegam mais provas de que essa coisa infelizmente, lamentavelmente, existiu”, disse Renan Calheiros.
Em sua defesa, o executivo disse que ele e a empresa são vítimas de um conluio e de acusações falsas e se recusou a falar de prontuários de pacientes mencionados nas denúncias, como o médico bolsonarista Anthony Wong, morto em janeiro por Covid, e Regina Hang, mãe do empresário Luciano Hang, um dos defensores do tratamento precoce com cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina.
Fonte: Agência Senado
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