O deputado Fausto Junior questionou se havia algum técnico da Susam, no barco Pai, durante as realizações dos exames, O ex-secretário Edivaldo da Silva negou.
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O ex-secretário adjunto de atenção especializada do Interior, Edivaldo da Silva, afirmou que não havia fiscalizações por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), durante a prestação de serviços da saúde, terceirizados, no Barco Pai (Todos Pela Vida) enquanto esteve à frente do cargo.
A declaração foi dada durante a CPI da Saúde, na tarde desta segunda-feira (3), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Edivaldo da Silva, é médico e atualmente é secretário de Saúde do município de Presidente Figueiredo, comandou a secretaria de atenção especializada durante o governo de David Almeida (Avante), entre os meses de fevereiro a outubro de 2017.
Em depoimento, Edivaldo da Silva foi questionado pelo presidente da Comissão, deputado estadual Delegado Péricles (PSL), sobre a confirmação em documentações que comprovaram a realização dos exames de colposcopia e conização, em 91 mulheres no interior do Estado.
O questionamento foi realizado porque, segundo o Delegado Péricles, a empresa Norte Serviços Médicos recebeu R$ 868 mil para custear quatro dias de serviços de saúde nos municípios de Guajará, Ipixuna e Envira, nos dias 28 e 29 de julho e nos dias 10 e 11 de agosto.
O parlamentar argumentou afirmando que consultou outros médicos, e obteve a informação de que não é comum que as mulheres realizem colposcopia e, em seguida, conização.
“A empresa (Norte Serviços) disse que fez 100% de conização nessas mulheres e o senhor atestou confirmando esse procedimento. Como o senhor pode atestar um procedimento sabendo que isso é impossível?”, questionou o deputado.
O ex-secretário afirmou que todos os exames de colposcopia foram realizados, mas que precisou atestar os procedimentos de conização.
“Os exames foram realizados todos. Nem em todas foram feitas as cirurgias (conização). Mas na hora de atestar, eu tive que atestar que em todas foram feitas. Eu não estava lá”, disse.
O deputado estadual Fausto Junior (PRTB) questionou se havia algum técnico da Susam, no barco Pai, durante as realizações dos exames. Edivaldo se limitou a falar que na embarcação tinham apenas os médicos e enfermeiros terceirizados.
” Se eu não confiar na pessoa que está lá trabalhando, como eu faço?”, disse Edivaldo.
O deputado estadual Delegado Péricles disse que na rede privada, a soma os valores para realização dos exames de conização e colposcopia custa até R$ 1.300, mas que o valor unitário, pago à Norte Serviços Médicos, em 2017, foi de R$ 8.680.
A próxima reunião da CPI Saúde será realizada na terça-feira (3), onde serão ouvidos a ex-secretária executiva da Susam, Maria de Belém Cavalcante e o médico responsável pelos exames, João Carlos dos Santos às 14h e 16h respectivamente.
Texto: Izaías Godinho
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