Em 2020, Capitão Alberto Neto (PL) disputava a Prefeitura de Manaus e interviu em um suposto assalto a ônibus e prendeu um pedreiro. Na época, ele também divulgou o fato.
Ao ser eleito, vereador Carpê, que era capitão da Polícia Militar, passou para a reserva remunerada, perdendo a prerrogativa de prender como se fosse policial (Foto: Divulgação)
Com o avizinhamento da eleição, o pré-candidato à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), vereador Capitão Carpê (Republicanos) repetiu a tática que o elegeu vereador em 2020 e publicou nas redes sociais a prisão de dois servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) que estariam furtando medicamentos de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Compensa. A ocorrência aconteceu na manhã desta quarta-feira (25).
Ao se eleger vereador, Carpê passou automaticamente para a reserva remunerada da Polícia Militar. Ou seja, o vereador não tem prerrogativa para prender como se ainda fosse policial, apesar de que todo cidadão brasileiro pode prender um infrator em flagrante.
No entanto, o vereador não deixou de vincular a imagem pessoal à instituição.
“Acabei de prender em flagrante esses dois funcionários da Semsa por peculato (furto de remédios e insumos) no bairro da Compensa. Breve subirei o vídeo com toda ocorrência. Nesse saco preto na mão do [homem] de camisa azul encontrava-se o material”, publicou Carpê, sem detalhar se usou algum símbolo da polícia na abordagem.
O vídeo pode ser visto AQUI.
Ao RealTime1, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou que recebeu a denúncia de furto de material da UBS Leonor de Freitas e disse ter encaminhado o caso à Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg) para as providências necessárias.
“No âmbito administrativo, a Secretaria dará início aos processos previstos pelo Estatuto do Servidor”, completou a Semsa.
A exemplo do que aconteceu hoje com Carpê, em outubro de 2020, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), que disputou à Prefeitura de Manaus, interviu em um suposto assalto a ônibus e prendeu um pedreiro.
Na época, Alberto Neto tentou usar a mídia para se beneficiar com o caso e, assim, tentar alavancar os números nas pesquisas de intenção de voto. O pedreiro, ao contrário do agora deputado, disse ter perdido inúmeros trabalhos após ser exposto como infrator.
*Após a publicação do material, a assessoria do vereador entrou em contato com a reportagem para dizer que Carpê não prendeu os homens – apesar do próprio ter anunciado em suas redes sociais. A assessoria do vereador também o defendeu em relação à comparação com o caso de Alberto Neto, alegando que, no fato de hoje houve “materialidade” e que o vereador estava cumprindo “seu papel de fiscalizar o Executivo”.
Texto: Jefferson Ramos
*Matéria atualizada às 18h07 para acrescentar o posicionamento da assessoria do vereador Capitão Carpê.
Leia Mais: