Incomodada com o intertítulo "Em cima do muro", assessoria do vereador passou a exigir, de forma deselegante, que fosse retirado e ameaçou levar a questão a seu jurídico.
O vereador Capitão Carpê está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Manaus (Foto: Divulgação)
Após a publicação da matéria intitulada ”Prejudica gestão”, diz vereador sobre pedido de prisão de prefeito”, que ouviu parlamentares sobre o pedido de prisão preventiva do prefeito David Almeida (Avante), a assessoria do vereador Capitão Carpê Andrade (Republicanos) se manifestou incomodada com o intertítulo “Em cima do muro” e entrou em contato com o RealTime1 exigindo que fosse trocado.
O RealTime1 entende, entretanto, que o vereador, ao ser instigado a opinar sobre o fato, se disse incapaz de emitir opinião por julgar que “essa função compete ao Poder Judiciário que irá analisar os autos e dentro de suas atribuições constitucionais vai decidir se é caso de prisão ou não”.
Ou seja, o Capitão se absteve de opinar, o que em linguagem popular significa ficar em cima do muro: “não tomar posição em questões importantes, normalmente para não assumir responsabilidades ou não se expor a críticas”.
Um assessor do vereador identificado como Adailson, contudo, passou a enviar mensagens de texto e áudio exigindo que o intertítulo fosse trocado e ameaçando tomar medidas jurídicas.
Ouça e veja as mensagens:
O RealTime1 entende que nenhuma lei foi desrespeitada, já que ainda vigoram no Brasil as liberdades de imprensa, expressão e opinião. Não cabem, portanto, ameaças ou exigências pela parte de agentes públicos.
Como julga que não é de sua competência opinar sobre questões judiciais, o vereador e sua assessoria deveriam saber que também não cabe a eles interferir na linha editorial de qualquer veículo, muito menos fazendo exigências e ameaças.
Leia na íntegra a nota encaminhada pelo assessor:
“Fiquei sabendo através da imprensa local que o Ministério Público protocolou uma representação de prisão contra o prefeito de Manaus e a secretaria municipal de Saúde.
Sobre o pedido de prisão em questionamento, não cabe a mim fazer julgamentos sem ao menos analisar os autos, até pq estão em sigilo, essa função compete ao Poder Judiciário que irá analisar os autos e dentro de suas atribuições constitucionais vai decidir se é caso de prisão ou não.
Quanto aos fatos que dão origem a toda essa questão continuarei fiscalizando e denunciarei qualquer tipo de irregularidade que chegue a meu conhecimento como tenho feito desde que assumi o mandato.”
Texto: Omar Gusmão
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