Amazonino Mendes (sem partido) lembrou, na última quinta-feira (2), da amizade com Fernando Henrique Cardoso (FHC), ex-presidente da República. Os dois estiveram no poder na década de 90. O ex-governador do Amazonas chegou a ser apontado como o pivô de mudança no comando da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) após as demissões de uma irmã e uma sobrinha.
Em um post nas redes sociais, Amazonino destacou que, quando esteve à frente do Governo do Amazonas na década de 90, passou por cima da amizade com o ex-presidente da República pelo PSDB por causa da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O cacique político lembra que conquistou “vitória histórica no Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo empregos e os benefícios das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM)”.
Mas nem tudo são flores
Amazonino teria, segundo gravações reveladas pela Folha de São Paulo, “pago R$ 200 mil por voto pró-reeleição de FHC na região Norte”. No entanto, conforme a mesma reportagem, o então governador do Amazonas negou o pagamento.
O apoio na reeleição do tucano resultou em mudança no comando da ZFM. Após demissões de familiares de Amazonino, que, supostamente, atuavam como funcionários fantasmas na autarquia, – conforme reportagem da Folha de São Paulo (datada de 3 de julho de 1997) – se instaurou um clima de rixa entre o Governo e a Suframa.
Mais tarde, FHC acabou pagando a dívida da reeleição e exonerando Mauro Ricardo Machado Costa do comando da Superintendência.
Irmã e sobrinha de Amazonino demitidas
Entre os 70 funcionários fantasmas demitidos, estavam na lista, conforme reportagem da Folha, a irmã e uma sobrinha de Amazonino.
Na época, quem expôs o “escândalo” foi o ex-deputado federal Luiz Fernando, que integrava o mesmo partido do presidente da República.
Mudança na Suframa ‘sem justificativas’
Conforme matéria da Folha de São Paulo, “o governo não apresentou justificativas técnicas para a demissão de Mauro Ricardo Machado Costa, cuja cabeça era reivindicada por Amazonino desde que começou a reduzir o poder do governo estadual na Suframa”.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, Amazonino teria dito que a gestão de Mauro Ricardo teria sido danosa. Por meio do seu partido político na época, Amazonino divulgou documento em que acusava Mauro de viver com mordomias.
No entanto, a saída de Mauro do comando da Suframa só ocorreu em 1999 – mesmo após o superintendente ter divulgado uma nota em que pedia desculpas a Amazonino Mendes, conforme divulgou a imprensa nacional.
Em seguida, Mauro assumiu a Funasa, onde ficou até 2002. De lá pra cá, ocupou cargos de confiança em governos municipais e estaduais.
Como vivem Mauro e Amazonino hoje
Hoje, Mauro Ricardo Machado Costa é um dos homens de confiança do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele comanda, desde maio de 2020, a Secretaria de Projetos, Orçamento e Gestão.
Já Amazonino está fora da vida pública desde 2018, quando tentou ser reeleito governador, mas acabou derrotado por Wilson Lima (PSC). Na última Eleição, Amazonino tentou ser prefeito de Manaus, mas perdeu a cadeira para David Almeida.
Caso não consiga acessar o link da reportagem da Folha de São Paulo, basta baixar o PDF para ter acesso ao conteúdo publicado em julho de 1997.
Texto: Isac Sharlon
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