Empresários questionam a decisão da Justiça Federal que suspendeu a reconstrução do trecho 'C' da BR-319 e reafirmam a importância da rodovia.
BR-319 viabilizaria menor tempo no transporte e redução nos custos. (Foto: Reprodução)
Em meio ao impasse ‘crônico’ quanto às obras de recuperação da BR-319, empresários do segmento comercial do Amazonas ressaltam a urgência em discussões políticas efetivas que resultem na conclusão da rodovia.
Eles afirmam que a sonhada conclusão das obras resultaria em barateamento do frete, redução no tempo de transporte e no custo dos produtos que chegam a Manaus.
Na avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, a conclusão da rodovia que liga Manaus à cidade de Porto Velho, no Estado de Rondônia, é urgente para o Amazonas.
Ele destaca que o problema surgiu no pico da pandemia da Covid-19, quando faltaram insumos hospitalares na cidade devido à demora para o fornecimento. Enquanto por meio da rodovia o transporte até o Amazonas ocorreria em algumas horas.
“Fomos surpreendidos por essa decisão da Justiça Federal que embargou as obras da BR-319. Pagamos o frete mais caro do Brasil e temos grandes distâncias que não podem ser percorridas. Hoje, só temos a cabotagem que sofreu reflexos pela paralisação na China, devido a pandemia. Houve carência de navios e contêineres para abastecer Manaus”, disse o empresário.
“É preciso entender que a estrada é fundamental para a vida, para o abastecimento da população. O trajeto dos 800 quilômetros da rodovia pode ser feito em apenas 10 horas, com boas condições. Enquanto, hoje, se leva de cinco a seis dias para ultrapassar os buracos e lama”, completou.
De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL), Ralph Assayag, é injusto que a sociedade amazonense sofra consequências pelas decisões de um grupo.
“Estamos sendo perseguidos. A trafegabilidade da BR-319 resultaria em menor tempo no transporte e no fornecimento de produtos, barateamento no custo. Sofremos muito, principalmente, durante a seca do rio Madeira. A balsa traz somente a metade da capacidade da carga, dobra o custo para o transporte e leva sete dias para chegar a Manaus”, disse indignado.
Da mesma forma, para o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), o problema é em nível nacional e ocorre pelas constantes intervenções do Poder Judiciário nas decisões do governo federal.
“Vivemos um momento no Brasil em que o Poder Judiciário ‘põe o dedo’ e embarga as decisões. Ninguém entende isso. Essa rodovia é de suma importância para o transporte de produtos que chegam a Manaus e que saem da cidade, da Zona Franca de Manaus”, comentou.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspendeu as obras para a reconstrução do trecho C da Rodovia BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), um trecho que começa no km 177, na região do município de Autazes, e vai até o 250, no limite com Manicoré.
A decisão atendeu ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) em recurso, por conta da ausência de licenciamento ambiental para o empreendimento, situação que já havia sido objeto de decisão transitada em julgado.
Reportagem: Priscila Caldas
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