A seca dos rios, as restrições para o transporte de cargas na BR-319, e o cancelamento de pedidos de hortifrutigranjeiros dificultam a chegada dos produtos à capital.
Feirantes avaliam a possibilidade de paralisar as atividades na próxima segunda (Foto: Reprodução)
A seca dos rios, as restrições para o transporte de cargas na BR-319, e o cancelamento de pedidos de hortifrutigranjeiros têm dificultado a chegada dos produtos à capital.
Segundo o Sindicato dos Transportadores Autônomos do Amazonas, devido à vazante dos rios da região, no trecho Porto Velho (RO) – Manaus (AM), as balsas operam com 40% da capacidade. Filas se formam para o embarque das cargas em Belém (PA). O tempo de entrega saltou de 14 para 24 dias.
Outra dificuldade, relatada pelo presidente do Sindicato dos Transportadores, Antonio Sérgio da Silva, é a restrição imposta pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) por meio da Portaria nº372, de 21 de janeiro de 2021, publicada na terça-feira (26).
O documento proíbe o tráfego de veículos de passageiros e de veículos de cargas com a capacidade de Peso Bruto Total Combinado acima de 17 toneladas, anualmente de dezembro a maio.
“A carreta de seis eixos tem a capacidade de carga de 27 toneladas. Com a portaria, somente o caminhão de dois eixos pode trafegar com volume abaixo de 17 toneladas. Os alimentos chegam a Manaus, agora, somente pelas balsas e o nível baixo das águas dificulta o transporte”, informou.
Somado ao problema ‘transporte’, o fornecimento dos alimentos está ameaçado pelos cancelamentos dos pedidos. Com a redução nas vendas devido ao menor horário de funcionamento estabelecido pelo Decreto nº43.303 do Governo do Estado, produtos estão sendo perdidos, impróprios ao consumo.
“O Decreto está gerando impacto desde o plantio até a chegada da mercadoria a Manaus. Produtos estão no tempo de serem colhidos, mas os produtores não estão colhendo por não terem como vender. O prejuízo acontece em cadeia. Se nada for feito em 10 dias pode acontecer um desabastecimento”.
Ainda de acordo com Antônio Sérgio, diante das dificuldades, todos os pedidos dos grandes distribuidores de hortifrutigranjeiros estão sendo cancelados, o que pode resultar em fechamento das feiras municipais de Manaus em no máximo três dias.
Segundo ele, o Sindicato dos Feirantes já avalia a possibilidade de paralisar as atividades a partir da próxima segunda-feira (1º).
“Estive conversando com o David [Lima, Presidente do Sindicato] dos feirantes e ele me passou que vai ter uma Assembleia da categoria e pode fechar as feiras a partir de segunda-feira”, alertou.
Reportagem: Priscila Caldas
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