Estudo das Nações Unidas revela que 69,7% dos brasileiros estão endividados e presidente do Corecon-Am, Marcus Evangelista, aponta que a culpa é do mau uso do cartão.
Pàra economista do Corecon-AM, maior causador de endividamento é o cartão (Foto: Reprodução)
Estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) em parceria com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) concluiu estudo que revela o tamanho da crise econômica no País: quase 70% (69,7%) das famílias brasileiras estão endividadas e 42,3% dos consumidores declaram não ter condições de pagar dívidas este ano.
O RealTime1 conversou com o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-Am) Marcus Evangelista sobre o estudo. O economista destacou que historicamente o endividamento das famílias se dá pelo uso errado do cartão de crédito. “Infelizmente a maioria das pessoas não sabem usar o cartão. Elas notam aquele limite e incorporam no salário, pagam o valor mínimo e acha que tá tudo bem. Aí começa o endividamento”, diz.
Para Evangelista a melhor orientação é não fazer uso do cartão de crédito, se as famílias ainda não aprenderam a usar o recurso. “O endividamento do cartão de crédito é o mais difícil de sair. Além de ter a cobrança de juros sobre juros, a taxa é muito alta, de 300% a 400%”, reforça.
O estudo da ONU apresenta doze recomendações. Entre elas, a regulamentação e aprimoramento de um programa de educação financeira em âmbito nacional, com projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, à população em geral e a grupos vulneráveis; a definição de sistema para iniciação e centralização de acesso à via administrativa do processo de repactuação de dívidas; e a adoção de ferramentas que proporcionem parâmetros unificados para auxílio na caracterização do mínimo existencial.
O representante residente adjunto do PNUD, Carlos Arboleda, destaca a importância do debate para reflexão das causas do superendividamento da população brasileira e seu impacto no desenvolvimento do País. “Pensar na realocação do cidadão no mercado de consumo beneficia não somente o desenvolvimento do país, mas também o desenvolvimento humano – em dimensões que ultrapassam impactos econômicos”, disse.
Texto Emerson Medina
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