Plano foi lançado nesta sexta-feira (11), pelo Ministério da Agricultura. Política servirá como referência para o planejamento do setor de fertilizantes nas próximas décadas.
Plano quer a ampliar competitividade do agro brasileiro no mercado internacional (Foto: Reprodução)
O Governo Federal lançou na manhã desta sexta-feira (11) o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). Trata-se de uma nova política pública que servirá como referência para o planejamento do setor de fertilizantes nas próximas décadas. A ideia é ampliar e fomentar a produção competitiva e sustentável de fertilizantes no Brasil, diminuir a dependência externa tecnológica e de fornecimento desses insumos (adubos, corretivos e condicionadores), reduzindo os impactos de possíveis crises, e ampliar a competitividade do agro brasileiro no mercado internacional, respeitando as regulamentações ambientais.
O documento foi preparado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR) durante todo o ano de 2021, com a participação de dezenas de cientistas da Embrapa.
Para o pesquisador José Carlos Polidoro, da Embrapa Solos, representante oficial da Empresa na elaboração e implementação do plano, a nova política pública tem um papel fundamental: melhorar o manejo da fertilidade do solo em todos os ambientes de produção no Brasil, promovendo o uso mais eficiente dos fertilizantes para aumentar a produtividade das lavouras e diminuir custos de produção.
Segundo Polidoro, nos últimos dez anos as discussões sobre a necessidade de aumentar a fertilidade do solo brasileiro estavam concentradas no campo da ciência, da pesquisa e do ensino, sem uma ação ordenada para que esse conhecimento acumulado chegasse ao campo, entre técnicos e produtores. “Com o plano, essa passa a ser a busca de todos, estabelecendo metas específicas de curto, médio e longo prazos”, explica.
Os altos custos dos fertilizantes, crescentes a cada ano, e a enorme dependência brasileira da importação desses produtos já estavam na preocupação dos formuladores do plano no ano passado. Essa questão foi agravada nas últimas semanas com os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, ambos fornecedores desse tipo de insumo para boa parte do mundo. Estima-se que, em 2020, mais de 80% dos fertilizantes que foram consumidos no Brasil tiveram origem estrangeira, e a produção nacional respondeu por menos de 20% da demanda.
O País é o quarto consumidor global de fertilizantes, responsável por cerca de 8% desse volume, e é o maior importador mundial, com a maior dependência externa de fertilizantes. Esse cenário impacta negativamente na competitividade, pois os fertilizantes já ocupam mais de 40% do custo de produção de culturas importantes como soja, milho e algodão, que compõem as principais exportações do agronegócio brasileiro, tornando o produto nacional menos competitivo.
Fonte: Embrapa
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