Após quase dois meses de vigência do decreto que determina a redução do IPI, preços de eletrodomésticos e eletroeletrônicos continuam subindo, é o que aponta o IPCA.
IPI reduziu, mas preços de eletrodomésticos continuam subindo (Foto: Reprodução)
Após quase dois meses de vigência do decreto que determina a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), os preços dos produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos continuam subindo. O aumento dos preços é apontado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao contrário do que foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o decreto 10.979/2022 que determina a redução do IPI resultou em elevação nos preços, em março, ainda que em menor escala em relação a fevereiro.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também medido pelo IBGE, no mês de março, entre os bens de consumo duráveis beneficiados pela redução do imposto, apenas o item televisores teve redução de preço. Enquanto os seguintes produtos registraram aumento nos preços: geladeira (+1,03%), máquina de lavar (+1,14%) e fogão (+2,24%).
Na análise do presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evangelista, a cadeia produtiva é pressionada pelos elevados custos decorrentes da inflação. Ele também explica que a redução dos custos de 25% referente ao IPI é apenas um item da composição de preços do produto final, ficando a empresa livre para estabelecer valores para a comercialização.
“A redução do IPI não tem efeito imediato porque o produto que está na prateleira foi fabricado com base na alíquota anterior. Conforme houver reposição do estoque a redução no preço poderá ocorrer ou não porque a empresa é livre para repassar os custos ou não. Estamos no meio de uma inflação e a cada mês haverá novos preços decorrentes de reajuste de frete, de energia elétrica, dentre outros”, comentou.
Por meio de nota o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Jorge Nascimento, informou que a indústria tem se esforçado para evitar repasses aos preços dos produtos finais. Porém, ele afirma que o momento é desfavorável e marcado por custos excessivos e vendas estagnadas.
“Defendemos que haja uma maior sensibilização por parte do governo no sentido de estabelecer meios para que recuperemos a competitividade da indústria nacional e possamos seguir contribuindo para o desenvolvimento econômico do país por meio de um setor produtivo de altíssimo valor agregado, com produtividade semelhante a de países desenvolvidos, geração de empregos qualificados e oferta de produtos modernos, eficientes e que fazem parte do dia a dia de todas as famílias brasileiras”, citou.
Texto: Priscila Caldas
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