Sindicato afirma prejuízos decorrentes de furtos às embarcações, e o aumento nos custos operacionais pressiona o setor ocasionando paralisação de transportadoras de cargas.
Combustível caro e assaltos começam a parar transportadoras fluviais (Foto: Reprodução)
Aumento no preço dos combustíveis e assaltos constantes, nos rios, afetam o segmento de transporte fluvial de cargas e de passageiros. O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) afirma que mensalmente o setor contabiliza prejuízos estimados em R$1 milhão, gerados por furtos às embarcações. O cenário ainda é agravado pelo encarecimento nos custos operacionais por conta da elevação do valor do combustível, ocasionando fechamento de empresas do setor.
“O aumento do preço do combustível e a incidência de assaltos nos rios fazem com que o custo amazônico suba, o que é desinteressante para todos, tanto para os transportadores quanto para quem depende do abastecimento via fluvial. Muitas empresas de transporte de passageiros e de cargas estão parando as operações porque não estão suportando os custos”, disse o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior.
De acordo com o presidente, o combustível representa mais de 50% na base de cálculo do custo do frete, além de incidir sobre o encarecimento de insumos demandados pelo transporte fluvial como lubrificantes, filtro, gás, entre outros. Ele afirma que as empresas tentam recalcular os custos, mas em meio aos reajustes expressivos, o repasse dos aumentos ao frete é inevitável.
Conforme o presidente, os reajustes alcançaram os seguintes percentuais por modal: transporte fluvial de combustível (entre 6% e 10%); carga geral que vem de Porto Velho (RO) para abastecer Manaus e municípios (aumentou para R$150 a tonelada, aumento médio de 20%); transporte fluvial de carretas e automóveis de Manaus para Porto Velho (aumento médio de 20% no valor do frete); preço das passagens de passageiros (aumentou em média 20%) – dependendo da calha ou trecho.
Alencar Júnior relata que no último ano o setor de transporte fluvial registrou perdas de mais de R$100 milhões provenientes de roubos às embarcações, incluindo todos os modais de cargas. Em 2022, segundo o presidente, os prejuízos mensais são de R$1 milhão. As empresas estão contratando escolta armada na tentativa de coibir os furtos.
Os principais trechos onde ocorrem os furtos são: Manaus-Santarém, Santarém-Belém, e a extensão do Rio Madeira indo até Porto Velho, este último trecho, segundo Júnior, é o ponto de maior incidência de assaltos.
“Na segunda-feira (11) uma balsa da empresa amazonense E D Lopes foi assaltada, no Rio Amazonas, próximo à divisa do Pará com o Amapá. Os assaltantes levaram 430 mil litros de gasolina, um prejuízo de mais de R$ 3 milhões, além das ameaças à tripulação”, relatou o empresário.
O presidente relata que o Sindarma já relatou o problema aos órgãos competentes como Polícia Federal, Marinha, Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), dentre outros, órgãos que se comprometeram em operar conjuntamente contra o crime nos rios.
“É preciso agir com rapidez porque os assaltos milionários continuam. As autoridades competentes pretendem realizar operações conjuntas para coibir os assaltos”, disse.
Texto: Priscila Caldas
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