Com queda de 33,7% na demanda por serviços, o Carnaval ainda deve gerar R$ 6,45 bilhões na economia, segundo projeção da CNC, mesmo com vários Estados cancelando a festa.
Bares e restaurantes serão os setores com maior receita no Carnaval (Foto: Ricardo Oliveira/Semcom)
Principal evento de Turismo do calendário nacional o Carnaval deve movimentar 33,7% a menos o setor de serviços, em 2022, ao que já mobilizou no período anterior à pandemia do coronavírus, de acordo com projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada na noite de segunda-feira (14).
Apesar dos efeitos da pandemia e da suspensão da festa em alguns Estados, o Carnaval em 2022 ainda deve ter uma movimentação financeira de R$ 6,45 bilhões, volume de receitas 21,5% maior do que o registrado em 2021, quando as celebrações também foram suspensas.
Enquanto, no final do ano passado, 20 governos estaduais optaram pelo cancelamento do feriado e dos pontos facultativos para este ano, 11 das 26 capitais já confirmaram que manterão o calendário, alguns realizando festa em abril, como Rio de Janeiro e São Paulo . O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que, apesar de o carnaval não ser feriado nacional, é o principal evento da agenda do turismo brasileiro. “Independentemente das festas que, em sua maioria, foram adiadas ou canceladas neste ano, a decretação de feriado ou ponto facultativo, em níveis regionais, acaba movimentando o setor de forma significativa.”
De acordo com a Confederação, a expectativa para o período é que o segmento de alimentação fora do domicílio, representado por bares e restaurantes, movimente R$ 2,78 bilhões, seguido pelas empresas de transporte de passageiros rodoviário R$ 1,55 bilhões.
O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, avalia que a desaceleração da pandemia e a queda do isolamento social ao longo de 2021 viabilizaram a retomada gradual da atividade econômica no turismo e que, após a segunda onda da doença, o volume de receitas do setor chegou a acumular alta de 57,5%, segundo o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Entretanto, os impactos adversos decorrentes da deterioração das condições econômicas e, principalmente, da chegada da variante Ômicron passaram a limitar o ritmo de recuperação do segmento no fim do ano passado”, observa.
Para o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, apesar de ser um período de maior procura, a tendência é que os preços tenham uma variação inferior à prévia da inflação oficial, por conta do panorama incomum. “No carnaval de 2021, o preço médio da hospedagem recuou 8,9% em relação ao carnaval anterior. Já em 2022, apesar da recuperação parcial do turismo, o preço médio deve subir 5,9%. Ou seja, os meios de hospedagem seguem mais baratos que no carnaval de 2020. Isso mostra que o setor tem se esforçado para manter os preços mais baixos, apesar da inflação, para atrair o turista”, afirma.
A demanda por serviços turísticos ao fim da alta temporada deve gerar 16,5 mil empregos temporários entre janeiro e fevereiro deste ano, quase o dobro de 2021. O número, no entanto, ainda é 38% inferior ao registrado no último carnaval antes da pandemia, quando foram oferecidas 26,3 mil vagas.
Em relação à expectativa dos empresários amazonenses, o presidente da Fecomércio AM, Aderson Frota, destaca os fatores que influenciam o setor comercial nessa sazonalidade. “O período chuvoso e de férias contém o ânimo do consumidor para o aumento na intenção de compras. Nossa expectativa é que teremos perdas, mas restrita ao setor de alimentos, bebidas, e ao vinculado às fantasias carnavalescas. Com o cancelamento do Carnaval e o adiamento em alguns Estados, a expectativa também foi adiada”, explica.
Com informações da Assessoria
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