Casos de violência contra indígenas e ativistas, com relatos de assassinatos na Amazônia, foram relatados pelo CIMI em evento do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Nações Unidas exige que Governo Federal assegure dignidade e direitos dos povos indígenas no País (Foto: Thiago Miotto/Cimi)
Vários incidentes com mortes de indígenas e ativistas na Amazônia foram denunciados na Organização das Nações Unidas (ONU) por representantes do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), na última terça-feira (29). Os relatos foram feitos na 50ª reunião do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU em Genebra (Suíça).
Foram citados os cados do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Dom Phillips, do The Guardian, emboscados e assassinados no Vale do Javari, no Amazonas; Edivaldo Manuel de Souza, do Povo Atikum; o massacre no Rio Abacaxis no Amazonas; o assassinato dos indígenas Chiquitanos; o massacre do povo Guarani e Kaiowá.
Tamboém foram denunciados o assassinato de Alex Lopes e a invasão ilegal no último fim de semana, no dia 24 (sexta-feira), pela Polícia Militar no território Guapo’y, no Estado do Mato Grosso do Sul. A ação resultou na morte de Vitor Fernandes e nove feridos por munição letal, dos quais um adolescente que permanece em cuidados intensivos.
A denúncia foi realizada por Paulo Lugon Arantes, assessor internacional do Cimi, durante o painel de debates sobre “Efeitos adversos das mudanças climáticas sobre os direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade”, com a presença do presidente do Conselho, Federico Villegas, e da alta Comissária da ONU, Michelle Bachelet.
Para a entidade, as relações entre as ações de proteção contra as mudanças climáticas e as populações vulneráveis são complexas. “Os povos indígenas são, ao mesmo tempo, vulneráveis às mudanças climáticas e agentes de mudança, no contexto dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)”, destacou Paulo, junto aos Conselheiros.
Na abertura do evento, a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, inseriu o Brasil num grupo de 30 países que têm “situações críticas que exigem ação urgente”. E pediu às autoridades do Brasil que “assegurem o respeito pelos direitos fundamentais e instituições independentes”.
Da Redação, com informações da assessoria
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