Para construir uma marca é preciso levar em conta o DNA e as percepções de um lugar. Saiba o que pode ter gerado a fama sobre o calçadão em Copacabana.
O que surgiu primeiro: o calçadão do Largo São Sebastião, em Manaus; ou o calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro? Ambos os pontos turísticos possuem o mesmo desginer de calçamento e até há uma rixa entre a população das duas capitais de qual teria sido feito primeiro.
Há quem diga que o construído em Manaus, em 1902, é o primeiro e o do Rio de Janeiro só surgiu 20 anos depois. Mas há também quem defenda que as duas construções têm a mesma data de início. Mas, o que mesmo importa: a data de fundação ou a fama que eles atingiram?
Quem visita os dois locais fica deslumbrado pelo cenário turístico que os cercam. Em Manaus, o calçadão é uma espécie de porta de entrada para o luxuoso Teatro Amazonas. Já no Rio de Janeiro é possível caminhar ao lado de uma extensa faixa de areia por mais de quatro quilômetros contemplando a brisa do mar.
Hoje, conforme Alexandre Seguimoto, as cidades, regiões e países precisam competir entre si para atrair turistas, investidores, estudantes, empreendedores, profissionais, eventos culturais e esportivos, organizações internacionais, a atenção dos meios de comunicação internacional, e etc… Segundo ele, “uma cidade é uma marca quando possui características claras e destintas que podem facilmente ser identificadas e que adicionam valor agregado”.
A explicação de Seguimoto, sócio fundador da Indústria Criativa, foi durante a palestra “Branding para Cidades: construindo valor através da Identidade Regional” realizada esse mês em Manaus. O evento foi organizado pela Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi) Região Norte e contou com a mediação do empresário e presidente da Abradi Norte, Durango Duarte.
O conceito apresentado por Alexandre durante a palestra analisa o branding para cidades nas duas capitais brasileiras. Qual o significado para os dois calçamentos? No Amazonas, o encontro das águas; No Rio de Janeiro, as ondas do mar.
Na capital carioca, Alexandre explica que tem até música para o calçadão: “o balanço das ondas do mar”. “Mas cadê a representatividade daqui, de onde a coisa é originária?”, questiona o palestrante, ressaltando que isso é curioso. “Lá [RJ] houve um elemento explorado para divulgar a cidade como marca. Você vê até marca de produto com esse símbolo e alguém na praia, com certeza não é ninguém em Manaus. Então, aqui, a cidade não soube se apropriar desse elemento. Talvez porque existam outros tão ou mais importante. E no caso do Rio de Janeiro, por ter um calçadão de maior extensão e maior visibilidade, talvez ele tenha sido usado por isso”, acredita Seguimoto.
Alexandre destaca que é preciso cuidar da marca, não apenas criar. E, segundo ele, Marketing e Branding precisam caminhar juntos.
“Quando você vai construir uma marca, você tem que levar em conta as percepções daquele lugar e precisa entender o DNA do lugar para construir uma marca. Ter um significado é importante e torna mais fácil conquistar o cliente. Mesmo que não seja lindo porque lindo é subjetivo, pois o que eu acho lindo você pode não achar. Então, é importante ter uma história”, ressalta o palestrante.
Perdeu o evento? Assista à palestra completa. O vídeo está disponível no YouTube, basta clicar aqui ou esperar carregar o arquivo a seguir:
Texto: Isac Sharlon
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