Nos dois estados, as perdas de vegetação nativa deu lugar ao aproveitamento do solo por atividades econômicas ligadas ao agronegócio.
Atividades do agronegócio reduzem vegetação nativa (Foto: Divulgação)
Diante do avanço das atividades produtivas – principalmente agricultura, pecuária e silvicultura – as vegetações nativas de algumas unidades da Federação sofreram significativa perda ao longo do período 2000-2018. O Pará teve uma redução de 118.302 quilômetros quadrados (km²) de vegetação nativa, seguido de Mato Grosso, com redução de 93.906 km².
Os dois estados foram os que mais perderam vegetação nativa (florestal e campestre), segundo o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra: estatísticas desagregadas por UF, divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, a dinâmica de perda de vegetação nativa em Mato Grosso corresponde, principalmente, à substituição de vegetação florestal por áreas agrícolas, de pastagem com manejo e de mosaicos florestais (áreas caracterizadas por ocupações mistas), e de vegetação campestre por áreas agrícolas e de pastagem com manejo, informa a Agência Brasil.
De 2000 a 2018, Mato Grosso foi o estado que teve a maior expansão da área agrícola, com acréscimo de 50.616 km². Principal fronteira agrícola do país, o estado foi o segundo entre as unidades da Federação com maior aumento de área de pastagem com manejo, com 45.449 km².
“O maior avanço da área agrícola está no norte de Mato Grosso, na região de Sinop”, disse o responsável pelo monitoramento, Fernando Dias.
Conforme o levantamento, a dinâmica de perda de vegetação nativa no Pará corresponde, principalmente, à substituição de vegetação florestal por áreas de pastagem com manejo e de mosaicos florestais.
De 2000 a 2018, o Pará teve expansão de 83.400 km² de pastagem com manejo, a maior entre os estados. Nesse período, a vegetação florestal também foi substituída por mosaicos florestais em uma área de 58.890 km².
“O Pará tem a característica de ser um estado grande. Essa substituição da vegetação florestal por pasto com manejo ocorreu principalmente entre 2000 e 2010 na parte leste”, afirmou o pesquisador do IBGE.
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