O mercado de flores e hortifrútis vem se recuperando após o baque causado pela pandemia do novo coronavírus, que diminuiu de forma drástica a demanda.
Empresários buscam alternativas para recuperar os prejuízos. (Foto: Reprodução)
O mercado de flores vem se recuperando após o baque causado pela pandemia do novo coronavírus, que diminuiu drasticamente a demanda.
Com a suspensão de grande parte das atividades coletivas, cooperativas e agricultores buscaram alternativas para recuperar o prejuízo, investindo em divulgações nas redes sociais e nas vendas on-line.
“Várias ações foram tomadas pelo setor para enfrentar a crise. Entre elas, a venda por aplicativos, mas principalmente também via redes sociais, ou seja, divulgação via WhatsApp,” explica o diretor do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), Renato Opitz.
Por causa da quarentena, outra ação do setor foi a realização de campanhas para divulgar a importância das flores e plantas ornamentais para melhorar o ambiente e trazer mais alegria e beleza para as residências e locais de trabalho.
Durante os primeiros meses da quarentena, o setor teve prejuízo de 90% nas vendas. O diretor conta que as vendas foram se recuperando aos poucos e, agora estão chegando a um patamar próximo ao do ano passado.
“Infelizmente, isto não significa que os prejuízos nos meses anteriores foram recuperados,” enfatizou.
Os produtores tiveram que descartar parte de sua produção, principalmente nos primeiros meses de pandemia, pois não havia mercado para estas flores, com especial destaque para as flores de corte, devido ao cancelamento dos eventos como casamentos, festas e até velórios.
O setor de flores foi um dos beneficiados pelo pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo federal no início de abril, para minimizar as dificuldades dos produtores rurais devido à pandemia.
Além da prorrogação das amortizações de financiamentos de custeio e de investimentos, os pequenos produtores, principalmente os de flores, hortifrútis, leite, aquicultura e pesca, passaram a ter acesso a linhas especiais de crédito.
As medidas foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), atendendo a pedido da ministra Tereza Cristina em socorro aos produtores rurais prejudicados.
Segundo o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel, as medidas de apoio ao setor de flores também incluíram a sugestão de protocolos de segurança para estados e municípios para o funcionamento dos Garden Centers.
A pandemia também afetou o setor de hortifrúti de maneiras distintas. Os pequenos produtores sentiram os impactos da interrupção das atividades, principalmente feiras, restaurantes, bares e instituições.
Já os grandes produtores que comercializam diretamente com os supermercados conseguiram manter o fluxo de escoamento das frutas e legumes e, não foram tão afetados com a pandemia.
Os pequenos produtores tiveram que buscar alternativas para comercializar os produtos que estavam na lavoura, como a venda de cestas de frutas e legumes por delivery, e-commerce, redes sociais e WhatsApp.
Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que, apesar de ter sido bastante atingido no segmento das feiras, o impacto foi menor na comercialização destes produtos nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas).
Por terem sido considerados setores essenciais pelo Ministério da Agricultura, os setores de hortaliças e hortifrúti não tiveram interrupção do seu fornecimento.
“Foram garantidas as questões de escoamento, produção e foram desenvolvidos protocolos baseados em recomendações do Ministério da Saúde para que feiras livres e o funcionamento das Ceasas acontecessem dentro das boas regras sanitárias. Isso deu as garantias, no curtíssimo prazo, para que esse tipo de consumo acontecesse”, explica Luis Rangel.
O Mapa criou um canal no WhatsApp para que agricultores familiares comuniquem o órgão federal sobre possíveis perdas de alimentos ocasionadas por problemas na comercialização em função da Covid-19. Para acessar o Disque Perdas de Alimentos, basta clicar aqui ou enviar mensagem para o número (61) 9873-3519.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou em abril o projeto Feira Segura, com o objetivo de ajudar os produtores rurais que estavam com dificuldade para vender a produção e para que os alimentos chegassem mais facilmente à mesa dos brasileiros.
Outra ação da CNA é o programa Mercado CNA que oferece uma plataforma de comércio eletrônico para aproximar produtores rurais e consumidores.
A plataforma tem um sistema integrado para agilizar a localização de compradores e vendedores e produtores rurais também podem criar a própria página dentro do portal para anunciar seus produtos.
O Mapa, em parceria com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), emitiu uma série de recomendações de boas práticas para produtores e agricultores familiares que fornecem produtos agropecuários para feiras livres, sacolões e comércio varejista.
Segundo o diretor do Mapa, a parceria com o setor privado foi fundamental para diminuir o choque de demanda e voltar a estimular o consumo. “Hoje percebemos a retomada quase natural do comércio desses produtos, com todas as medidas de segurança recomendadas pelos órgãos de saúde”, diz Luis Rangel.
Fonte – Mapa