Alexandre Saraiva afirma que é a primeira vez que vê um ministro do Meio Ambiente se posicionar contra ação para proteger a Amazônia.
Saraiva e Salles trocaram críticas sobre operação contra madeireiras (Foto: Divulgação)
O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, reagiu às críticas feitas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a maior operação contra extração ilegal de madeira na história do Brasil, realizada em dezembro do ano passado.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (5) no jornal Folha de S.Paulo, Saraiva criticou a ida de Salles ao Pará na quarta-feira da semana passada. O ministro foi ao Estado “verificar” detalhes da operação e disse acreditar que as empresas investigadas no caso não são culpadas por extração ilegal de madeira.
“Me parece que é o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo. Nunca tive notícia de um ministro do Meio Ambiente se manifestando contrariamente a uma operação que visa proteger a floresta amazônica. É um fato inédito e que me surpreendeu”, declarou o chefe da PF no Amazonas.
Saraiva reafirmou que as empresas investigadas na operação estão atuando de forma ilegal na região.
“Temos 10 ou 12 laudos atestando de forma inequívoca a ilegalidade de exploração. As empresas têm mais de duas dezenas de autuações no Ibama. É uma organização criminosa. Não merecem nem a denominação de empresas. Têm a vida dedicada ao crime, ao furto de bens públicos, à fraude, à corrupção de servidores públicos”, declarou.
Questionado sobre a declaração feita por Salles, em reunião ministerial em 22 de abril de 2020, sobre aproveitar as atenções voltadas ao covid-19 para passar a boiada, Saraiva foi taxativo: “Na Polícia Federal não vai passar boiada”.
Fonte: Folha de São Paulo
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