segunda-feira, 20 de maio de 2024

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NEGÓCIO MILIONÁRIO

Atem vai explorar petróleo e gás no Leste do Amazonas

Dono da Ream, sete distribuidoras e 350 postos de combustíveis, Atem fecha o ciclo do mercado de petróleo
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O grupo Atem deu mais um passo para dominar o ciclo completo do mercado de combustíveis na região Norte ao arrematar quatro blocos para a exploração de petróleo em áreas da Bacia do Amazonas durante o 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Os blocos arrematados pela Atem são AM-T107, AM-T133, AM-T63 e AM-T64, todos localizados na região leste do Estado, em municípios da região do Baixo Amazonas. Pela concessão, a Atem pagará a ANP um bônus por assinatura de R$ 7,8 milhões.

Os blocos arrematados já pertenceram à Petrobras, que atestou a viabilidade econômica para exploração de petróleo e gás, mas abandonou os planos para a região durante os governos dos ex-presidente Michel Temer e Jair Bolsonaro. Com isso, eles voltaram para ser leiloados pela ANP.

Outra informação sobres os campos arrematados pela Atem é que eles ficam na mesma região geológica do campo de Azulão, cuja exploração de gás é feita pela Eneva desde novembro do ano passado. O gás de Azulão é levado para Boa Vista (RR) em caminhões e abastece a usina termoelétrica de Jaguatirica II.

O Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, comemorou os resultados do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão pois indicam a abertura de novas fronteiras exploratórias e a participação de empresas de variados perfis: grandes, independentes, e novos entrantes, como é o caso do Atem.

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O arremate dos quatro campos da bacia do Amazonas marca a entrada da Atem no último ciclo de exploração de combustíveis pela empresa fundada em Manaus há 28 anos.

Inicialmente, o grupo operava na revenda de combustíveis com postos de bandeira própria em Manaus. Hoje, este setor do grupo opera 350 postos franqueados em 13 Estados.

Na sequência, partiu para o ramo da Distribuição de combustíveis, também a partir de uma operação em Manaus. Conforme dados da ANP, atualmente este ramo dos negócios inclui sete bases de distribuição (com mais duas em construção) e 9 bilhões de litros de combustíveis movimentados ao ano.

No ano passado, a Atem fez sua jogada comercial mais ousada ao comprar Refinaria de Manaus Isaac Benayon Sabbá (Reman) por US$ 189,5 milhões e transformá-la na Refinaria da Amazônia (Ream), a única em funcionamento na região Norte.

Com a entrada no setor de exploração e produção de petróleo e gás, o grupo fecha o ciclo deste mercado.

Além do Petróleo, o grupo Atem também ensaiou entrar no negócio de distribuição de energia, quando comprou, em 2018, em sociedade com o grupo Oliveira Energia, a Amazonas Energia. A sociedade não durou e a Oliveira indenizou a Atem, que concentrou seus negócios no ramo dos combustíveis.

O RealTime1 tentou ouvir a Atem por meio da assessoria de imprensa do grupo, mas até o momento da publicação deste texto não obteve resposta. Assim que o grupo responder, este texto será atualizado.

MPF questiona leilão de áreas arrematadas pela ATEM

O Ministério Público Federal divulgou, nesta quinta-feira (14), que havia solicitado à ANP que se manifestasse sobre o pedido de exclusão dos blocos AM-T107, AM-T133 dos leilões realizados uma vez que interferem em Terras Indígenas (demarcadas ou em processo), nos termos do Laudo Técnico nº 863/2021-ANPMA/CNP e da Recomendação nº 12/2015.

Conforme o MPF para a realização do leilão é “necessário haver consulta prévia, livre e informada aos povos indígenas (e tradicionais) envolvidos, conforme previsto na Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o que não se confunde com a obrigação constante do art. 231, parágrafo 3°, da Constituição Federal”.

Os blocos AM-T107 e AM-T133 foram arrematados pelo Grupo Atem e a consecução do negócio pode acabar parando nos tribunais por ação do MPF. Mesmo se os blocos não estiverem sobrepostos a terras indígenas, o fato de estarem no entorno imediato, ou a poucos metros, pode causar impactos sociais e ambientais decorrentes de atividades exploratórias.

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