quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Mesmo sob pressão, PL que reduz custos cartoriais é aprovado

A pressão das associações de cartórios do Estado e da solicitação do TCE-AM não foram impedimento para que o projeto de lei fosse aprovado na Aleam com 21 votos favoráveis.
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custos cartoriais

Mesmo com a pressão contrária das associações de cartórios do Estado e da solicitação do Tribunal de Contas (TCE-AM) para que a matéria fosse retirada da pauta de votação, o projeto de lei 338/20, que reduz em 30% os custos cartoriais, foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), nesta quarta-feira (26).

A votação contou com 21 votos favoráveis, uma abstenção e nenhum voto contrário. Os deputados Cabo Maciel (PL) e Joana D’Arc (PL), correligionários, faltaram na sessão desta quarta-feira.

O projeto de lei é de autoria do Tribunal de Justiça do Estado (TJAM) e estava em tramitação na Aleam desde o mês de abril.

Durante a votação, o deputado estadual Fausto Júnior (PRTB) se absteve de votar a matéria. No discurso, o parlamentar disse que a aprovação da pauta prejudicaria os ganhos dos cartórios no interior do Estado.

Fausto Júnior disse que a lei vai resultar no fechamento de cartórios no interior e acrescentou que não houve uma audiência pública para ouvir a entidades que representam os cartórios, apesar da matéria estar há cerca de quatro meses na Casa.

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“Nem todos os cartórios são milionários. Existem cartórios que dependem dos repasse do Tribunal de Justiça, o qual está sendo reduzido nesse projeto”, disse o deputado.

O deputado estadual Serafim Corrêa, que é relator do PL, argumentou que os custos cartoriais devem ser reduzidos no Estado porque estão acima da média nacional.

“Aquilo que em Boa Vista custa R$ 1 mil, em Manaus custa R$ 21 mil. O resultado é que as pessoas estão saindo de Manaus para fazerem escritura em Boa Vista. O cartório que mais fatura em Manaus registra o ganho de R$15 milhões por mês. Isso não é pouca coisa”, disse.

O parlamentar acrescentou que os cartórios do interior recebem subsídio cruzado, oriundo de um fundo do Tribunal de Justiça do Amazonas e que, por conta disso, a lei não vai acarretar no fechamento dos cartórios.

Serafim também argumentou que , com a diminuição dos emolumentos, vai ocorrer o aumento de demanda e, consequentemente, o aumento no faturamento dos cartórios.

O deputado Wilker Barreto (Podemos) se posicionou favorável à matéria afirmando que se TJAM fosse contrário ao PL, ele poderia retirá-lo de pauta porque tem prerrogativa para isso. Wilker também afirmou que há uma demanda reprimida com relação aos registros de imóveis no Estado e que, por conta disso, não haverá perda de faturamento nos cartórios.

TCE pediu retirada da matéria na pauta

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) disse ao RealTime1 que foi realizado um pedido no mês de junho para que o PL fosse retirado de pauta, mas o projeto foi devolvido ao presidente da Aleam, deputado Josué Neto (PRTB).

O TCE-AM afirmou que, por meio do relator das Contas do Tribunal de Justiça do Amazonas, conselheiro-substituto Mário Filho, estava fazendo um estudo, há alguns meses, a respeito dos impactos no orçamento do referido órgão caso houvesse uma redução do repasse de taxas cartoriais ao TJAM.

Anoreg é contra o PL

A Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg-AM), disse à reportagem, por meio de nota, que considera importante a atualização dos parâmetros da Tabela de Emolumentos cuja confecção têm como data o ano de 2002, mas lamenta que a redução igualitária de 30% na tabela de todos os tipos de cartórios esteja sendo votada “sem um estudo aprofundado de seu impacto econômico financeiro”.

Reportagem: Izaías Godinho

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